Candidatos da Terra
Em outubro acontecerão eleições legislativas e majoritárias, entre elas para deputado 
federal e, mais uma vez, alguns segmentos defendem a eleição de “candidatos da terra” a deputado federal, ou seja, pessoas com domicilio eleitoral na cidade e conseqüente “compromisso” com a mesma, para representá-la em Brasília. Trata-se de esvaziar o debate político, delimitar a escolha dos candidatos ao seu domicilio eleitoral.
Feira de Santana tem o segundo maior colégio eleitoral do estado, mais de 320 mil eleitores. Ao lado disto, o crescimento do município foi acompanhado pelo agravamento dos problemas existentes. A cidade apresenta um déficit habitacional superior a 34.000 unidades habitacionais e um número crescente de ocupações urbanas. Na educação, os professores estão em greve há mais de trinta dias e no último ano 4.000 alunos deixaram as escolas municipais.
O deputado federal tem papel legislativo e fiscalizador, seria o representante do povo, dos seus direitos e interesses. A representação popular deve ir além do processo legislativo, da colocação de emendas no orçamento da união, deve-se dar atenção aos problemas aos quais o povo está sujeito.
Se analisarmos a atuação dos deputados federais “de Feira de Santana” vê-se que compromissos eles têm. Por exemplo, de Fernando de Fabinho, Sergio Carneiro, Jairo Carneiro (exerceu temporariamente) e Colbert Martins, apenas o último, timidamente, se manifestou sobre a greve dos professores na Câmara Federal. O transporte público está em calamidade, o preço é abusivo e o serviço oferecido é péssimo e nenhum tribuno popular emitiu opinião.
É preciso politizar o debate eleitoral, o esvaziamento do conteúdo das candidaturas e a discussão apenas do domicílio do postulante carece de substância. É preciso eleger pessoas com compromisso verdadeiro com povo, com a resolução dos problemas enfrentados pela população, candidatos vinculados à luta pela transformação da sociedade e não com os interesses privados ou de grupos econômicos.
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